terça-feira, 26 de julho de 2011

A Poesia de Isabel Simões


Biografia
Nascida em Penafiel a 28 de Outubro de 1948, Isabel Maria Vieira Simões aí viveu até aos 15 anos. Foi então viver para o Porto a fim de continuar os seus estudos tendo acabado sua Licenciatura em Farmácia em 1972.
Lá fez a sua carreira profissional e familiar até 2004, época do falecimento do seu marido.
Muda-se então para a Póvoa de Varzim, terra de sua eleição, já que desde os cinco anos aqui começou a fazer férias e logo se apaixonou  por esta terra, este mar!...”
Póvoa de Varzim, és tão bonita!
Tens o S. Pedro, as gaivotas, o mar.
Tens tanta luz! Fazes sonhar
Eu aqui quero morrer
E continuar a te amar
Desde muito nova cultivou o gosto pela leitura, não só de poemas como romances de diversos autores portugueses e estrangeiros.
Já reformada, encontra agora tempo para se dedicar à sua família no papel de mãe e avó, a seus animais de estimação e aos seus amigos.
Sabe muito bem ocupar os seus tempos livres na contemplação do mar. a ler e a escrever em prosa mas sobre tudo em poesia, esta no geral dedicada à memória do seu marido.
Diz-se escritora de uma poesia muitos simples que só há pouco tempo se atreveu a partilhar.
Hoje encontramo-nos aqui para vos dar a conhecer um pouco dos seus escritos.
O desejo da autora era ser eterna para continuar a amar.
Fisicamente isso não será viável mas sê-lo-á certamente através de sua obra que nos transmitirá seu sentimento de amor sempre presente.





Isabel
Olhando nos teus olhos nesse dia
Em que naquele bar te conheci,
Eu vi mananciais de poesia
E entre os teus poemas me perdi.

Quanta saudade, quanta nostalgia
E quanta solidão neles senti,
Quanta tristeza vã, quanta apatia
E quanto sofrimento eu vi ali.

Depois, juntamos todos nossas mãos.
E com um grande empenho, gestos sãos,
Quisemos-te mostrar nossa alegria

E vimos-te prestar esta homenagem
Querendo realçar tua coragem
De abrir teu coração em poesia.

Sep.

Miragem   - Poema em Vídeo por Elisabete Luís

Levaste contigo
Meus longos abraços
Minhas alegria
Minhas mágoas
E meus cansaços
Levaste contigo
Um mar de paixão
De um azul intenso
Um rio dourado
De ternuras imenso
Apressado
Para encontrar seu mar
Levaste contigo lagos calmos
De desassossegos e lágrimas
Partiste…
Nem sequer um ultimo olhar
Agora, lá do alto me guardas
Eu sinto-te
Só miragens…
Resta-me sonhar.

Se
Ai! Se eu soubesse compor
Uma canção eu faria,
Onde pudesse dizer,
Tudo o que sinto por ti.
Tudo o que já vivi
Todo este meu querer
Com vontade de te ter
E se eu soubesse cantar
Essa canção cantaria
Com certeza p’ra te embalar
Numa noite longa e fria


Milagre
Tu existias, eu existia.
Milagre! Nossa amizade.
Ai! Será possível exprimir aqui
Tudo o que transformaste?
Tudo!
O turvo passou a ser claro
O mal desvaneceu.
Curvou-se.
Surgiu o bem
Viver
Saber viver
Não mais sofrer
Querer vencer
Tanta e tanta transformação
Tu operaste!
Milagre
Fiz de ti a luz da minha vida.
Milagre
Nossa amizade.

Palavras Soltas 

Para quê dizer palavras?
Palavras soltas, quatro apenas.
Sei que são bonitas, lá isso são…
E são quatro, apenas quatro
Quatro palavras bonitas.
Mas, para quê dizê-las?
Não é que não goste delas!
Gosto sim, gosto muito
E são apenas quatro…
Sim, quatro simples palavras
Quatro vogais, cinco consoantes, seis sílabas.
Mas para quê dizê-las?
Nada transformam, nada modificam.
São simples , mas são soltas.
Soltas, dispersas.
São apenas quatro palavras soltas
Têm melodia e seriam intensas,
Mas são soltas….
São verdades,
Ou serão mentiras?
Não sei. Só sei que é bom ouvi-las.

Pena de mim
Ai! Tenho pena de mim
Eu nada tenho de meu
Meus olhos tanto choraram
Áridos agora
São desertos
Secaram.
Angústia, solidão
Ausência, abismo
Ai! Tenho pena de mim
Amorfa estou
Queria um pouco de ti
Gostava de ter saudade
Até ela me abandonou
Ai! Tenho pena de mim…
Eu nada tenho de meu…
 
Vida Minha
Ai! Vida minha. Que és tão louca
Continuas vivendo em mim
Tempos idos, já foste meu
Verdade? Ilusão minha?
Partiste, Tenho saudades
Meus olhos procuram-te.
Aqui, lá longe
Em qualquer lugar
Imagina-te, estão cansados
Queriam ver-te
Precisam de ti
Já não és meu
Será que o foste?
Partiste
Mas continuas vivendo em mim
Teimosia esta vida minha
Querendo viver assim…

Logo, Não Sou Nada

Hoje não sou eu.
Para onde foi minha alma?
Para onde foi minha alegria?
Toda a imensa vontade de viver?
Tenho muita saudade
Sinto-me tão só…
Tenho-me  a mim

Hoje, sou só eu
Sinto-me tão abandonada…
Mas, eu não sou eu,
Logo, não sou nada.



Não consigo ver o sol
Hoje tão triste estou
Tão sem cor
Tão sem vida
Tão sem verdades
Apenas só
E com saudades

Meus olhos 

Meus olhos ainda brilham
Irão deixar de brilhar.
Apenas
E só apenas
Quando estiver p’ra partir
Ou…
Se em ti, deixar de pensar.

Brisa
Pergunto ao vento
O muito que quero saber.
Onde anda meu amor?
É que queria dizer-lhe;
O tanto o querer
O tanto o amar
O tanto carinho
A tanta afeição.
De o voltar a ter
Mera ilusão
Pensamentos…
Pequenas brisas que passam
Rapidamente fogem
Mas refrescam meu coração.

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