quinta-feira, 8 de agosto de 2013


No Sábado vamos ter a Krystal e o seu grupo connosco. 
Vai ser um show.


FEIRA DO LIVRO

No Sábado vamos ter a Krystal e o seu grupo connosco. 
Vai ser um show.

Sessão de Autógrafos

Na quinta feira, dia 8, pelas 18:00, na Feira do Livro, Passeio Alegre, Póvoa de Varzim, haverá na Feira do Livro, junto ao Stand da Locus, uma sessão de autógrafos.

. Antologia dos Poetas Poveiros, com os Poetas Poveiros
. Para Alem do Azul, com Fátima Veloso
. Saber Viver, com Maria Carolina Sá
. Filha de Ninguem, com Manuela Bulcão
. Horas de Um Tempo Imperfeito, com Pedro Marques 
. Meu Mar, Meu Poema, com Maria Morais de Sá
. O Toque de Sua Mão, com Amy Dine








terça-feira, 5 de março de 2013


23-3-2013








 

 

 

  osnar enfadonho

De quem já perdeu a esperança
Das medusas se libertar.

E nesse lamento sem fim
Nesse choro constante e louco
Que tentas aquietar
Revolves as tuas entranhas
E num grito forte e rouco
Gemendo de dor e cansaço
Desfazes-te em espuma
E em molhos de sargaço
Vens de novo espreguiçar-te
No calor do meu regaço
Onde podes descansar.


 Carolina Sá





Flutuo de encontro aos teus abraços, 
Nessa maré envolvente
Amarrada nos tentáculos de amor, 
Grudados ao meu corpo nu e quente.
Ondas encantadas nesse grandioso mar,
abrem-se as entranhas de espuma, 
sublime ternura e prazer,
eu corpo, dormente de um doce doer,
Excitante tremor, de carícias sensuais 
Eu delicada sereia, enrolada nessa teia deixo que me pesques,
Pois teu grito de amor me afasta de qualquer dor,
Ou de redes de pescador.
Pesca amor meu coração, pesca a sereia esguia,
Com nuvens de algodão e célebres castelos de areia,
E a sereia deixa-se enroscar nesse teu bravio mar,
Por a sinfonia do mar deixou-se apaixonar,
Pelo Teu infinito mar.



Celeste Seabra

 








Navego, escalas que beijam.
Gaivotas pintam o azul céu...
Vaga, desfragmento no olhar.
Infinito, transpõe pensamento.
Estrelas orquestram pautas,
Suspiraram caricias de maresia.
Cantos de sereias...
Mar revolto, ventos,
Suave brisas...
Sinfonia de concordância!
Fantasia, instrumentais inacabados!
Banham claves do meu coração.
Robustez, compõem devastação.
Violência, em baile de feitiço.
Arrebentamento em notas de Sol.
Melodias em ondas brancas.
Salgado, doce, fragrância musical.
Pulsar de vida.
Corpo em contornos musicais.
Pingos de sons, recitam gemer.
Areia, grãos dourados, onde escrevo,
Só te quero Amar...
Oh...Mar!


Céu Pina




A melodia voa no bico da gaivota,
Sabe-me a sal a última vaga poente,
Como se fosse molhada plo sol
Deglutida num áspero momento
Fica um malmequer em cada pegada,
Ária da primavera que plo areal da vida,
Sempre nos encanta e arrasta…
Sobrevive às intempéries sentidas,
As pedrinhas jogo-as no tempo,
Enquanto me encosto aos búzios,
E me entrenho a trautear o canto
Do silêncio de todas A-Mar-És,
Acomodo o mar ante os olhos,
Libero a tempestade num grito,
Na crueza de um tempo que se esvai
Em areia-pó, marulho de meus dedos,
Essa chuva arde-me o instante
Na contemplação da costa que se infinita,
Do farol nasce a chama, fogo ardente
Que incendeia a noite de azeviche,
Que passos me seguem sem sombra?!
Que solidão é esta que se arrasta na rede?!
No dilúvio deste meu grito salgado
Afundado num abismo de tormentas,
Fica a inércia de um corpo naufragado,
Espero a calmaria… a bonança,
Regresso aos passos des-compassados,
Dobrando o cabo da boa esperança,
Embalo-me no anoitecer,
Pescadora ou gaivota…
Voo no ilimite do sonho,
Pesco à linha o horizonte,
Sou-me a sinfonia de todas A-Mar-És!
Cristina Correia

Há um voo que se espraia no destino
da ave que arrisca o rasgo eterno
e sobrevoa a planície num só hino
ao desfolhar as sombras do inverno
Nessa vontade de sul ergue-se a voz
o cântico ansiado no ventre do estio
sabor inquieto desta paixão feroz
seara crescente do luar em pousio
Na rota sem morada cresce a sede
arde na margem do lastro indecifrável
trespassado neste voo que antecede
o culminar da chegada indomável
entre agruras do frio que se despede
num novo raiar de luz inquebrável...

Cristina Fernandes





Sonhos de Amor na Sinfonia do Mar



No vai e vem de espumas ondulantes
sobre a areia quente de um dia de sol,
Gaivotas sobrevoam sobre as águas salgadas
Num balé ritmado, cadenciado e estridente...
Peixes e mariscos de toda espécie, ziguezagueiam entre
pedras, musgos e abismos, como uma dança tropical
Oferecida pelas águas cantantes do mar infinito,
belo, inspirador, sagrado e colossal...
À noite, estrelas enfeitam suas águas com um brilho
radiante e enternece os amantes que suspiram em delírio,
tal a beleza e nobreza da Sinfonia do Mar que encanta,
decanta e acalenta todos os sonhos de amor de um poeta!



Denise Flor©






No voo das aves, perdido no tempo
das cálidas águas, sinto o marulhar,
vagas que em sinfonia com o vento 
vão para além de gaivotas a grinfar. 

Em repentinos mergulhos no mar
quebram a plenitude do momento, 
céleres voos picados cortando o ar 
buscam o peixe, o contentamento. 

Suaves acordes de ondas a cintilar
no azul e no verde do firmamento,
acres aromas a sargaço, no solfejar.

Na orla da praia a espuma acalento,
beijos do mar, que em leve suspirar,
ternos na areia, largam seu alento.



Edite Pinheiro







“Eu sou a voz do Mar…
Vem até mim… vem até mim…”

Nos meus ouvidos lassos
Indolentes de cansaços
O teu chamamento no espaço
é solilóquio irreal
Neste denso nevoeiro sideral …

… e no som intrépido, ó mar
No arfar sonâmbulo
Das tuas vagas penosas 
que choram lamentos
dolentes, delirantes ao vento
viajo no teu manto diáfano 
de sons, melodias, murmúrios…

é a sinfonia do teu marulhar
melopeia do meu sentir
do teu espraiar na areia
no fragor insano das tuas vagas aladas
no murmúrio sonolento da brisa
que sopra, espreguiça e passa
no eco titânico das tuas profundezas…
no bramir inquieto da tua turbulência.

“Eu sou a voz do Mar…
Vem até mim… vem até mim…”

… e eu corro para ti descalça na areia
Embalada no teu perfumado sibilar
Quero navegar no teu reino místico 
de silêncios, odes e mistérios
mergulhar no etéreo dos teus brilhos e cores
sucumbir ao doce canto das sereias
e planar nos gritos das gaivotas
rumo ao horizonte…

“Eu sou a voz do Mar…
Vem até mim… vem até mim…”



Fátima Veloso





 
Deitei-me com uma onda do mar.
E na sinfonia da intimidade
Pautada pela ausência de gravidade
Cavalgámos ambos sem medos
Até por cima de rochedos!
Amo-te.
Shhhhh…não gastemos as palavras.
Não precisámos delas quando
Os meus olhos se tomaram dos teus
Ou foram os teus que se tomaram dos meus?
Que interessa…
Bem depressa sentimos na latência
A urgência de nos cumprirmos um pelo outro:
Eu de braços alados
Tu de abraços salgados…
"Quem disse que o Amor era doce?"
Mas, de repente
Só me recordo de um brilho impiedoso
Fugaz, mas tenebroso
E acordámos, acordei eu pelo menos
Prostrado na areia:
Doce cama de algodão
Para qualquer desafortunado náufrago,
Amarga pausa do tropel
Que agora percorro; recobro
De uma saga que se insinua a cada nova vaga
De praia-mar; antes tempo de sabor A-mar
Agora espera; prelúdio de quem desespera…
Preâmbulo também, pudera
Libertar o período da esfera:
"Quem disse que o Amor era doce?"
"Quem disse que o Amor era doce?"
Shhhh… Shhhhhh… Shhhhhhhhhh

Francisco Correia



A Sinfonia do Mar

Mar! “ impiedoso Mar! ”
No teu marulhar,
As tuas águas enfurecidas…
Em ondas revoltas,
“ Roubam… inocentes Vidas,
Semeiam calamidade e dor…
E desfazem sonhos de Amor… ”

Porquê, Mar! “ impiedoso Mar! ”

Mas,
Mar! “ tu não semeias somente, “ agonia… ”
Mar! A tua Sinfonia, tem “ poesia! ”
E não és somente, “ impiedoso Mar! ” és também, “ grandioso Mar! ”
Tu “ és transcendental poesia! ”
Que me inebria “ de encanto, enlevo, graça e harmonia! ”

A Sinfonia do Mar,
Do “ grandioso Mar! ”
Tem “ poesia! ”
E nesta volúpia…
“ Em ti, Mar! ”
Deleito-me…“ a abraçar a tua areia,
Tua companheira! ”

A Sinfonia do Mar,
Do “ grandioso Mar! ”
Tem “ poesia! ”
E nesta volúpia…
“ Para ti, Mar! ”
Em deleite… “ o olhar meu,
Vai, ao encontro do teu,
Nas tuas águas amenas…
Em ondas prateadas e serenas! ”

Mar! “ grandioso Mar! ”
Tu “ és poesia! ”
Que inebria… o Sol e a Lua, em sintonia,
“ Com beijos de luz a cintilar…
E abraços prateados de luar... ”

Mar! “ grandioso Mar! ”
Tu “ és transcendental poesia! ”
Abrigas “ a Fauna e a Flora ” no teu fundo,
A maior “ riqueza e beleza ” do teu Mundo!

A Sinfonia do Mar,
Do “ grandioso Mar! ”
Na sua sublime melodia…
Tem “ poesia! ”
A exaltar… “ a Terra o Céu e o Mar,
Em perfeita harmonia!... ”


Helena Maria Simões Duarte




Vozes do mar


Tentei fazer uma melodia
Queria encantar o mar
Qual surpresa foi tanta
Que nos rochedos surgiam
A mais doce sinfonia...
Comecei então a chorar
Eram lagrimas salgadas
Misturadas com ondas
Que batiam levemente
Nas areias escaldadas...
Refugiei-me ao meu canto
Na areia escrevi meus versos
Tentei descrever o amor
O sol sem piedade
Queimava sem salvar nada
Eram feitos de espumas
Que ficavam ali a rolar
Sem forças para voltar...
Restou-me ficar parada
Ouvindo o cantar do mar
Eram vozes apaixonadas
Vindo para te encantar...


Irá Rodrigues





Mar calmo! Azul...
Azul dos olhos teus.
Brisa acariciante
Manhã primaveril
Melopeia ondulante.
Maresia...Perfeito odor
Suavidade de sons
Suavidade de cor
Melopeia ondulante
O verdadeiro amor...
Maresia
Frescura intemporal
Perfume que ao de leve toca
Envolve, cerca e enleia
Se entranha...
Raio de sol
Penetra e alenta
Em manhãs brancas e frias
Nos invernos da vida
Dá calor
Puro amor.
Suco de uva
Em tardes amenas de outono
Linha mar/céu
Outono! Cores quentes
Amarelos avermelhados
Sol poente. Horizontes afogueados.
Amor ardente
Amor paixão...
Palavras soltassem substrato
Palavras apenas...
Palavras ditas por dizer.
Palavras sem nexo
Confundem-se com o marulhar...
Palavras momentâneas, mentiras!
Amor ilusão...Amor sem amar.
Palavras veras
Palavras de mel
Ouvindo das ondas o som
A verdadeira sinfonia do mar
Palavras que ondulam no espaço e no tempo
E se perpetuam
Na toada da vivência. Infinitas
Amizade-Amor
Resistente aos temporais
Às agruras
Amor sem vaidade
Amor lealdade
Puro amor. Verdadeira Melopeia ondulante
SINFONIA do MAR
Amado /Amante



Isabel Simões





Tão calmo estava aquele mar
suas ondas eram sinfonia...
Quando se ouviu aquele cantar
era uma sereia numa linda melodia

tão feliz ela estava,  doce sereia...
Que não se via á tona de água..
Ela cantava brincava naquela areia
mas seu cantar era de tristeza e mágoa 

depois que muito cantou, esta linda sereia,
ela que o mar abraçou ,e feliz dentro da água..
Ela sereia se lavou e limpou daquela areia....
E numa rocha cantou, e já não tinha mágoa...

Aquela linda sereia ,cor de prata e mar..
Ela brincava mergulhava mas voltava....
Era vista á tona de água ,na sua cantoria
naquela linda sinfonia á tona de água voltava


Joana Rodrigues





Olha o mar estendido na praia...
E a lua caída no mar...
Foi, engolida por uma raia...!
Já não há luar, já não há luar...

E as estrelas, caíram ao mar...
Além no distante horizonte...!
Vai um barco... A navegar...
Oxalá...! Não lhes afronte...
Oxalá...! Não lhes afronte...!

"Olha lá, no horizonte
" Vem, vem, ver o mar
Antes, que ele apronte...
Tem pressa de chegar...!

E a lua caída no mar...!
O mar entretido na praia...
Vê, no céu as estrelas
------------------- brilhar...!
E na terra, as meninas
--------------- de minissaia...!

João Nunes Carneiro



 


Estou estático ao ver o horizonte
adormecido sobre a linha infinita
onde o sol se acoita
mergulhando a força da luz
entre o espelho da vida e os sonhos dos homens
que olham como eu olho
este mar de ondas salgadas,
amarguradas,
por homens,
com destinos traçados,
segurando lemes…

Estou estático,
deslumbrado,
pela fantasia divina
que me é transmitida
em cada roncar por ondas,
abraçadas em contínuos desalinhos,
como se fossem sereias
cantando-nos histórias
passadas,
memórias,
como se saíssem
do fundo do leito
gemidos de dor,
sonhos perdidos!

Sinto-me hirto,
parado e imóvel
á beira mar
ouvindo e sentido
a sinfonia deste deslumbramento
que me é dado
graciosamente pela mãe natureza
que me enche a alma
de um colorido infinito
numa extraordinária beleza!



Joel Lira´





Um mistério na ilha da fantasia...
O maestro do mar fez sinfonia...
Um tocar com um doce e teu balanço...
Nessa alma tão submersa, até já avanço!
Ilusão está imersa; a afundar!
Segue em frente... A vida é tua e é meu mar!
Por favor, não recorra a subterfúgios!
Deixe-me em calabouços fugidios!
Nosso futuro, sim, só a Deus pertence...
És tudo em mim, meu hoje e amanhã!
Em busca do meu amor, me convence!!
Podes até de cafajeste chamar...
Já nem ligo, pois não sou alma vã!
Só sei: gosto da sinfonia do mar...



Jorge Guimarães 





O meu é o nosso mar
Oceano d´infinidade
Para onde o olhar
Enternecido repousa
Na onda que venero
E toco com a mão
Quando o sentir ousa
Se viras uma maratona

De brava água salgada
E á tona salta o peixe
Na posta cama de rede
Num tenso arrebatar

E que deixe o coração
De contente a chorar
Do regressar radiante
De inteiro pescador
Que sente triunfante
Que pra além da dor
Há barco é timoneiro
E muito amor à espera.

José Am Rodrigues (Zeal)


Há uma praia que já foi mar
e eu vida
e tu luar.
Mora em Pangeia um olhar
antes de ti, osso,
posto coração, protótipo de amor.
E se maré vier
prenhe de crustáceos
e jardins em redor,
No sopro de correntes
antes que lamentes,
já não deverei tardar.

José Brites Marques Inácio

 






Navego-me em pensamentos
embalado por claves de sol
sobre este mar melodioso
que sobre serenas vagas me sussurra
cânticos de sereia
no seu doce marulhar
soprado pelo assobio de brisas
e em cantos de estiais ventos!

Este mar belo e imenso,
que beija o céu azul da sua cor
e se aconchega ao verde da esperança!
Que me enleva nos mistérios insondáveis
das suas profundezas,
e pelo encanto que me deslumbra,
no reflexo do sol sobre seu dorso!

Mar de tantas canções,
palco de imensas sinfonias,
caminho de tantas ilusões!

Perdes-te no alcance do meu horizonte,
surges esplendoroso em outro quadrante,
és grande, doce mar, és a minha fonte,
de acalmia no desassossego que me faz navegante!

Nas tuas ondas vem o meu sentir,
que te acompanha à praia da minha serenidade,
tens a música que sempre desejo ouvir,
és a minha sinfonia em momentos de saudade!

José Carlos Moutinho





Nos teus olhos vejo o mar
Que me seduz
E, cheia de luz
A planura inquietante
Marulhando desvarios
Gemidas marés de calafrios
Tu e o mar, o mar e tu 
Dicotomia
Murmúrios, sons, melodia …
A sinfonia do mar!
Melopeia
Das ondas vivas do teu corpo nu
Onde me sinto navegar
Nele me perco em enseadas
Na volúpia das tuas algas salgadas
Entre cardumes coloridos
Num caleidoscópio de prazer
Mergulho em águas profundas do teu ser
E diviso, na linha do horizonte
O pôr-do-sol. Flâmulas afogueadas
Nas tuas faces rosadas
E qual Adamastor
Que emerge e submerge
No mar que és
Tornado amante, monstro de marés
Em ti … no mar …
Sei que o meu fim é naufragar



José Maria M. Carneiro




 
Que sinfonia é esta, oh mar?!
És harmonioso quando cantas, és desarmonia quando choras
E tantas, tantas são as horas em que choras!
E quando cantas são tão poucas!
Roucas são as lamentações da tua voz, a rugir
Como rixa de trovões da tua investida a bramir
Contra o castelo de leixões a praia a proteger.
Tu gritas! Vomitas lamentos,
Desesperos varridos pelos ventos!
Medos! Segredos de que os penedos
Na sua massa embrutecida são guarida.
Olha ali um pedaço da saia de uma varina,
No sargaço enrolada, e de cujo regaço, tanto cansaço
Levou a tua água salgada!
Que fizeste do seu corpo?! No teu seio, lá no mar alto
Eu bem te oiço! Tu dizes: Está morto! A sepultura é o meu fundo!
Tu, oh mar, és a sepultura de tanta ilusão
Palco da tragicomédia de viagens começadas e não acabadas
Olha a traineira, a fragata, veleiros, cruzeiros,
a caravela, o barco à vela, O navio, o vapor!
A Esperança na alegria de quem parte,
a dor pela ausência de quem não chega!
É esta a cadência do ir e não voltar do mar!
Pessoas novas e velhas, destemidas, audazes
De rapazes e donzelas! Olha o que de todas elas tu fazes!
Até o barquinho de remar e ao pescador
No frio, no suor, na sua dor, à procura do pão-nosso-de-cada-dia,
Tu levas e engoles no teu seio profundo!
E nas trevas da angústia, aos gritos, aos ais
Deixas a viúva, na mortalha do seu xaile embrulhada
Ao vento e à chuva e os filhinhos ao redor.
Oh mar! Se cantas, muito mais desencantas!
Triste é a tua sinfonia! Não cantes mais!!
Chora, oh mar!
 

José Pedro Marques





Assim me sinto…

Numa maratona
De quereres
Marés montantes
E moções em crescendo…
Tsunamis de prazer
Em carnes angulosas
Banha das de salgados humos

Sabores de paixão
Com odores de maresia
Montando em nós
Até á derradeira …

E m que se anuncia a vazante
Num estrebuchar de corpos
Em delírio irracional
Num deleite indescritível
Sinfonias de mar
E ondas de prazer

Lucibel






Sempre viagem apetecida
Estadia então, tão desejada
Vida simples, praia e esplanada
É nobre Póvoa que me convida!

Um areal extenso, sem igual
Pleno de corpos, jovens e tão menos
Casais, amigos, grandes e pequenos
Praia famosa, deste Portugal!

Plena de diversões, acções culturais
Local de encontro, e de passeio
Mar de gente, nos verões ideais!

Águas calmas, vivas de permeio
Mar feito de paixões, não por demais
Póvoa de Varzim: és meu ego cheio!


Luís Gomes Pereira






Repara.
O que  vês
Um disco luminoso
Da cor do fogo,
A cair do ar
Lenta,
Tranquilamente ,
Na nudez longínqua do nosso mar,
Largo,
Formoso.
Quanta beleza!
Debruçado ba esplanada,
Deixa-te embalar
Pelo sussurrar das ondas,
Lambendo as pegadas na areia,
Quais seios bamboleantes
De formosa sereia!
Quanta doçura!
Do cheiro forte a maresia
Surge a ninfa do sargaço,
Quais ca belos doirados
Caídos no teu regaço!
Quanta ter nura!
Do manto estrelado do céu
Surge a princesa lua
Rodeada por um rosário,
Bela,
Doce,
Nua!
Quanta candura!
E embalado pelo seu cantar,
Respir ando o seu odor,
Iluminado pelo luar,
Adormeceste o meu Amor!

Manuel craveiro





És o azul nos mastros esguios
que escrevem sulcos no sangue das águas
morrendo nas palavras dos navios
que trazem praias de mágoas
em ventos sombrios
És bandeira de pão que geme no sargaço
trigo molhado de esperança
no palácio florido dos corais
floresta enrolada na espuma suave que avança
e morre no cais.
Passeias veludos nas marés macias
em baile de oásis no estio que arde
em ondas cansadas e frias
no poema da tarde.
Acende as velas na tona da tua pele
e na máscara da noite tece rendas nas rochas
esculpidas com o teu cinzel
De onde vem a tua força que sacode o silêncio em ti imerso?
Porque és trono das águas e senhor
julgando teu escravo o audaz pescador?
Traz antes mansas vagas
nascendo no leito do horizonte
como a urze que nasce no monte
na sinfonia da cor.
Murcha as ondas lentamente em olhos de águas
notas pintadas na pauta de tantas mágoas.
Cerca o areal de fragrâncias
perfuma os meus pés
dorme o silêncio do sol
no ouro das marés.
E
Não digas que não
és capaz de cumprir
que o vento te incita
que a lua te irrita!
Não inventes surdez
na raiva das ondas
nem batas nas portas
das conchas já mortas!
Não cavalgues as rochas
não galgues a terra
não tragas mais guerra!

Deixa-te assim ficar
sereno, azul, irmão.
É tempo de paz
é tempo de pão!
Sem ti mais fome se faz!
Da linha do horizonte
como um voo de condor
traz a tua paz à tona
e inunda-nos de Amor!



Manuela Barroso



Sinestesia do Mar


Na imensidão do mar
Jurei-te amor eterno
Foste o meu cálido manjar
Naquela noite á beira-mar
Unimos os corpos em caderno
Dedilhaste-me...Com toque,
suave e terno
Juntos flutuamos no ar...
Amamo-nos até o dia voltar

Vou fazer uma sinfonia
Em lençóis a oiro bordado
Vou afagar-te em sintonia
Quero sublimar-te, até ser dia
Juro...Chegaras á histeria
Meu amor há muito procurado
Vamos mergulhar, lado a lado 
Juntos em sinestesia
Na orquestra da melodia
Neste mar imenso
À vida e ao amor, eu pertenço



Manuela Bulcão



No mais profundo do mar
Há objetos de todas as cores,
Corais e tesouros de encantar
E algas em forma de flores...

As conchas abundam às mãos cheias,
De tamanhos e formas tão diferentes,
As grutas são em forma de colmeias
E os peixes parecem transparentes...

Pudesse eu lá ir ao fundo
Rodear-me de coisas tão belas,
Fugir deste pobre mundo,
Morar numa casa sem portas nem janelas...

Que bom seria lá ter a minha cama,
Adormecer deitada nas areias,
Sonhar que era uma grande dama
E acordar ao canto das sereias!...
 



Manuela Matos

Maríntimo de mim
dedilho tua música nos dedos
Dentro de ti sou pluma
a ti entrego segredos

no teu amor me espreguiço
meu eterno namorado

Teus longos braços me abraçam
teus doces marulhos me excitam
teus beijos a boca me adoçam
meus desejos em ti gritam

No fundo do teu silêncio
sempre ouvi os sons da vida
contigo vou e não penso
nas tuas ondas erguida

Já esperei tuas marés
maríntimo e navegante

Já fui tua nas maresias
eterno e sábio amante
há minha alma não mentias
amando meu corpo errante

Já minha alma tu querias
pois que ta ofereço ,é tua
ensina-lhe sabedoria
em ti tudo desagua


A sinfonia do Mar
é o começo da vida
gerada no meio da agua
aos seus olhos fui nascida

Tua cantiga é constante
teu humor é pertinente
a ti oh Mar dos poetas
te dou versos de presente
 

Margarida Cimbolini





estou a andar
a ver-te a ir
eu passo meus dias aqui
estou longe
mas perto de ti
sabes
não te agites agora
só quando eu for embora
agora quero-te de mansinho
a ver-me devagar
ouvir a tua perdição
e eu espreguiço-me quando te ouço
meu desejo delira quer sair na tua sinfonia
quero juntar meu coração
nesse balançar
brilhas eu brilho também
tenho olhos para te ver
tenho os braços do rio para me estreitar
quando ele te penetra
ouve teu cântico
e faz-me bailar
em sinfonia contigo
tu és um amigo
és a solidão que me persegue sem abrigo
um dia meu desejo torna-se realidade
eu entrego-me a ti
isso já é meu
tua sinfonia me atraí
olhos postos em ti eles brilham
e tu mar és um amigo
que cantas comigo
e trazes as brumas a tua sinfonia
que são belas e me animam
és o minha alegria mar
mas ao mesmo tempo tua sinfonia
faz-me triste mar



Maria Alice Fernandes





Nem mar, nem marés
nem traineiras que rebentam,
podem retirar a fé 
a estes homens navegantes,
quando a perseverança é o manto 
que acompanha o seu embarque!
Livram as dores do esforço,
solta o grito da coragem,
a fome que ficou em terra
e a esperança na sua barca!
Navegam os mares do sul,
enfrentam os mares do norte, 
as correntes a sua morte,
calam na boca o medo!
Levam o credo na boca
e a sorte nas suas redes,
apertam a dor da saudade,
lembram quem chora por eles!
Levanta a vela do barco 
e a proa embala de leve,
veem estrelas cadentes
e o mar que as engole!
O frio que o Inverno queima,
gela até suas almas,
crestam os vultos ao sol
e a pele torna-se negra!
Cantam glórias ao mar,
deixam os sonhos em terra
e a vontade de voltar,
a buscam no porão cheio!
E cedo se põem a rezar

aos santos do seu apego,
que Nossa Senhora do Carmo
nos livre e afaste do perigo!
Homens de força e braços 
gigantes, 
seu regresso é esperado,
por todos a quem o peixe,
lhes põem um prato na mesa,
não há ninguém que os deixe
em terra por abraçar,
estes homens que no mar reza
e os põe a navegar!

Maria Morais De Sá


Mar a Tona
É um Evento de gente
que pela poesia faz qualquer maratona

Mar a Tona
em Póvoa de Varzim
cidade piscatória, com um Mar que apaixona

Mar a Tona
Que com o carinho e entrega dos organizadores
nunca dececiona

Mar a Tona
Com um Mar ora revolto, ora sereno
que um lindo entardecer nos proporciona

Mar a Tona
Um Mar que com a sua melodiosa sinfonia
nos aprisiona

Mar a Tona
É para todos irmos saborear
Poesia que impressiona
E apreciar um Mar que a sua beleza ninguém questiona.



Mina Salvador





Sobre o mar calmo...!
Como palco 
De lua cheia clara 
A iluminar uma gaivota 
Que em voo retido
Esta a escutar 
A menina linda
A tocar...!
Uma sonata de amor
Dos seus dedos o prelúdio...
Rompe em seu instrumento 
Comunicando-se no mar 
A mais bela musica 
Estimulando todo o mundo
Amar...!
A brisa flui serena 
E fina 
Fazendo ondular 
Os cabelos da menina 
Que esta a tocar...!
A sonata de amor 
Que é a sinfonia do mar 
Que para além do mundo 
A gaivota a lua e o mar...
Estão a escutar...!



Mário Sampaio 

Fui Passear até ao Mar

Fui em direção ao mar
Deixei meus passos na areia molhada
No meu ligeiro caminhar
O meu vestido longo
Acabei por molhar!

Havia uma brisa ligeira e neblina no ar
Senti força…
Ao olhar aquela cor azul que tem o mar
E ali pensei em te amar
Logo meu espirito senti flutuar
Perdida em pensamentos!

Naquela tarde tranquila e sem vento
Dei largas ao pensamento
Minha mente começava a divagar
Com os pés afundados na areia
Beijados pelas ondas do mar!

E debaixo daquele céu anil
De sol, de sal
Que salgava a minha pele!
Sentia-te ali a meu lado
De cabelos e corpo molhado
Querendo com o teu, meu corpo enxugar!

Ai de mim…
Senti que estava a divagar
Com o olhar virado pro amar
E ali naquela falésia vi descer sobre mim
O mais lindo entardecer,
Ali sentada…
Em meu colo o vi adormecer!

Mais um devaneio de poeta
Procurando palavras rimadas
Outras até fantasiadas
Para no fim terminar
Com a palavra amar!

   Nazaré  Ferreira ( Naná)

 





A Sinfonia do Mar
Que docemente nos embala
As ondas que vão e vem
Espreguiçando-se n`areia
É noite de Lua cheia
Estar ali sabe tão bem
E poder observá-la
Tudo é perfeito
O aroma intenso a maresia
Eu a teu lado me deito
Envolvida pela magia
A sinfonia do mar 
Continua a murmurar
Bem junto ao meu ouvido
Parecia estar a chamar
Mas não queria acordar
Estava feliz contigo



Rosa Ferreira (Tulipa Negra)


 




Gosto das tardes sombrias a olhar o mar
Do traço que desenho na areia húmida
Do sabor salgado nos meus lábios
Da tranquila sensação do afago da brisa
Gosto deste intervalo de mim...
Na procura de lugares onde estive
Nas paisagens que já senti

Tenho a espuma a meus pés
Num branco baço leitoso
Como a palidez da tarde
Já se vislumbram ténues as luzes
Ao longe...na cidade que desconheço
Está acanhada o fim de tarde...

Não há recorte no horizonte
Não os distingo…
As sombras regressam a matizar o entardecer
Fico mais um pouco...escuto-me
Entendo-me com a noite que se encosta a mim
De mansinho...

E segredamos a despedida a este encontro
Guardo toda a fragrância das tardes sombrias
A olhar o mar…


Rosa Fonseca



 

Sou das águas uma filha aquática
Nasci em dia de chuva tropical

Tenho parceria com o mar, meu berço
Da lua sou reflexo e o brilho.

Convivo com gaivotas e baleias,
Sou cúmplice do ciclo das marés,
Conto meus segredos ao vento,
Perco-me nas brumas das sereias.

Gosto de ser mulher sempre molhada,
Como a beira da praia, em vai e vem,
De água salgada, na chuva, ou suada,
E esta parceria liquida, me mantém.

Mulher golfinho, nadando nua e sensual,
Sinuosa, deslizando erótica molhada,
Cardumes de desejos, em temporal,
Meus braços no mar... Meu corpo enseada.


Rosangela Ferris




Eu vou navegar pela imensidão
do mar de amor que ora, então, me invade...
Na chama de amar, fez-me ter saudade
do tempo bom,... De outrora,... Da paixão!

Tu tens minh'alma presa ao coração...
Fervente sem ter calma, tal que arde!
Quero-te agora, mesmo se for tarde!
Nem sei se é a hora!... Voa a escuridão...

A duras penas, sofro por tua ausência...
Pra qual tenhamos toda paciência!
Se pura ou maldita? Alguém acredita?

Sim, canto ao vento o nosso sentimento...
Na esperança de ter melhor momento...
Tamanha tempestade, até levita!


Sol Figueiredo







As tuas ondas beijam 
E afagam o areal
Sorvem raios de ouro
E desfazem as brumas matinais.
Sem naufragar, o meu sonho se desprende
Veleja em cada vaga, entreaberta
E palpita em cada renda de espuma
Risonho e cálido.
Ao entardecer, o céu se ilumina 
Com um relâmpago
E não tarda a espalhar gotas de poesia pelo ar
O sopro do vento esfria…
Sinto um arrepio na minha pele, dorida.
Ao acordar, o luar brando e prateado 
Vai delineando as tuas formas
E pousando no teu eterno azul, sem idade.
Quando a luz do dia emana
O som agitado das vagas 
Sente, uma sede infinita!
E murmura o teu nome, no meu lençol de água.
Sou a Deusa das águas salgadas
Sem ti, fico menor que um grão de areia!
Ao relento, no areal
Escrevo o teu nome 
Com algas e conchas
E o mar subindo, em sussurros noturnos.
Na água rasa, me afogo em sinfonia.
Para trás, nas areias cristalinas
Ficam as minhas pegadas, esfumadas
E as minhas mágoas.
Nos meus braços levo o teu cheiro, inebriante
E o teu terno olhar…que eternizo!
As minhas quimeras, soalheiras
E o desejo intenso, do bater das tuas ondas
Brandas e serenas.



Telma Estêvão




Sinfonia do mar


Assaltava-me o teu perfume e a voz bramia
o meu corpo tremia em festa e desassossego 
como se tivesse medo de te provocar 
como se fosse vento a galgar ondas impetuosas 
a beijar as rosas que no peito me trazias
e tu, no jeito ardente de seduzires
sem sentires que a mágoa descia
bailavas na alegria clara da maré cheia
e eu areia molhada, lúbrica e quente
em dolente ansiedade me desprendia
e morria no desejo de te cativar 
e abraçar-te em cada dia 
onda nua e bravia haveria de ser
sendo tua na tarde quente
ter-te e bailar-te o pensamento
ritmo, tempo, tentadora melodia 
louca euforia em fogoso presente



Teresa Almeida



Mar

dá-me os teus beijos a água salgada
bebível em ondas breves
num galope branco de espuma
de um vaivém incansavelmente 
repetido
enquanto escrevo no vento
o eco persistente
que entra em mim adentro
como um mar de beijos inaudíveis
e o poema nasce
ensopado em palavras de maresia
sem rumo definido
por terem sal
o teu sal
e sussurros
os meus sussurros
encostados ao silêncio
do meu corpo
quando os sentidos
se entregam ao prazer
de te ver
de te sentir
de te beber.

Teresa Gonçalves





 


Tina Tinoco



Naquela praia deserta, onde
O nosso amor faz a festa,
Ouvindo o barulho do quebra-mar,
Bem juntinho de nós. 
Eu sou o teu mar, a ti embalar
No frenesi dos nossos corpos,
Cheios de maresia.
À tardinha, o sol bem perto de nós, 
Dá brilho à paixão que nos envolveu,
Nessa enseda de luz, refletida pelos
Clarões do sol e os das noites de lua.
Eu sou o mar que te arrepia, quando danço
Faceira, uma ciranda de amor! 



Vanuza Couto Alves






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